sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Aposte na Sanidade


Quem conta a história é o grande escritor russo Fiódor Dostoievski, em seu livro Recordações da casa dos mortos. O autor descreve a vida de prisioneiros na Sibéria. Seus algozes não se contentavam apenas em mantê-los privados de liberdade. Queriam enlouquecê-los. A partir da sádica intenção, alguém teve uma ideia terrível: construir duas piscinas. Uma ficaria cheia d’água, outra, vazia. O trabalho dos prisioneiros seria transferir o conteúdo de uma para outra. Com baldes de água.  Continuamente. Sem tréguas. Dia após dia.  Não que fosse uma tarefa árdua, executada a duras penas. Mas se estendia por semanas, meses, anos... sem que nenhum dos detentos soubesse o porquê. De fato, algo enlouquecedor. Não por causa do cansaço, da transpiração, da repetição, do caráter forçado do trabalho. O que enlouquecia os prisioneiros era a falta de significado no trabalho.