Na grande maioria das empresa as pessoas esforçam-se
muito e quanto maior o esforço, menor o resultado. Fazem muito, pensam pouco,
sentem nada. Sofrem da sina de Sísifo, personagem da mitologia grega que
foi condenado a empurrar eternamente encosta acima uma enorme pedra que caía
sempre antes de atingir o cume da montanha.
Assim sobrevivem muitas empresas, assim vivem e se repetem seus profissionais. Será que tem de ser assim? Neste artigo Roberto Tranjan escreve sobre o que realmente importa para melhorar a relação esforço-resultado
Em primeiro lugar, vamos entender o que é mercado. Você pode estar achando que o autor desse texto esteja subestimando os conhecimentos do leitor. Não se trata disso. Trata-se de compreender o mercado de uma maneira diferente daquela que aprendemos na Era Industrial. Lá, o mercado era um campo de batalha onde as empresas iam para guerrear umas com as outras na disputa de fatias cada vez maiores. O objetivo era conquistar um pedaço cada vez maior da pizza e, com isso, conseguir direitos do tipo: espoliar o cliente, acuar os fornecedores, sobrepor-se a quem quer que seja.
Não é sem motivo que muitos comparam o mercado com aquela conversa sobre um dia comum na África, onde, todas as manhãs, desperta uma gazela. E, tão logo desperta, deverá sair correndo para não virar comida de leão. Nessa mesma manhã desperta na África um leão. Sabe que deverá correr mais rápido do que a gazela para não morrer de fome.
Assim é o clima em muitas
empresas. Quando o sol surge, não importa se você é gazela ou leão: é bom sair
correndo.
É claro que você pode entender o
mercado como um campo de batalha. Mas você pode entender o mercado também como
uma arena onde a oferta pretende encontrar a demanda, ou vice-versa. Se
olharmos de uma maneira menos economicista, podemos entender o mercado como
aquele local onde pessoas que desejam satisfazer as necessidades de outras,
encontram-se com as pessoas cujas expectativas é verem satisfeitas suas
necessidades. O mercado é, portanto, um lugar de gente querendo contribuir com
gente.
Vendo o mercado dessa maneira,
não precisamos mais colocar armaduras para trabalhar nem tampouco afiarmos
nossas espadas. O grande desafio está em conquistar a mente e o coração do
nosso cliente e isso está mais para o amor do que para a guerra. Isso é muito
diferente de vê-lo como um campo de batalha. E isso fará toda a diferença na
hora de estabelecer as estratégias e conceber o negócio.
Em segundo lugar, quando
entendemos o mercado como uma arena onde a oferta tenta conquistar a demanda,
começamos a compreender o verdadeiro papel de uma empresa. Não é mais o de
agente mercantil que pretende transferir mercadorias em troca de lucro ou de
transformar matéria-prima e mão-de-obra em produto acabado e depois
descarregá-lo no mercado, também em troca de lucro. Empresa é a maneira pela
qual nós fazemos os negócios funcionarem. E negócio é cortejo, é conquista, é
fidelização.
Está bem! Você deve estar achando
essa abordagem sobre negócio um pouco romântica, mas, de certa forma, negócio é
como o amor: depende de decisão e compromisso. Decisão em escolher quem é
o cliente que será cortejado, conquistado e fidelizado e compromisso em
resolver os seus problemas e satisfazer suas expectativas, pois somente dessa
forma esse amor será correspondido.
Somente uma empresa com mente é
capaz de compreender-se da maneira que está aqui sendo tratada.
Em terceiro lugar, uma empresa
deve ser vista como um organismo vivo, tal qual um ser humano. Para isso,
deverá ter mente, conforme vimos, mas terá também que ter alma.
Isso significa que deverá pensar
no cliente com a mesma lealdade que o coração consegue bater incessantemente 24
horas por dia, todos os dias, todos os anos de sua vida. Pensar no cliente 24
horas por dia é atuar como os pulmões, que absorvem fielmente, até quando o
corpo dorme, todo ar que ele precisa.
Quando existe alma, existe
paixão. Quando existe paixão, existe uma força vital que faz com que as pessoas
criem, trabalhem com alegria, aceitem e vençam os desafios.
O leitor sabe que a maior parte
das empresas não atua de forma plena, isso é, com corpo, mente e alma.
Grande parte das empresas rasteja, debate-se em seus mercados para manter-se
viva, repete-se, agoniza. As pessoas que lá estão, trabalham como morta-vivas,
anestesiadas, fazendo as mesmas tarefas, do mesmo jeito, todos os dias. São
empresas sem alma e, portanto, sem energia, sem inspiração, sem paixão.
Nessas empresas, as pessoas
esforçam-se muito e quanto maior o esforço, menor o resultado. Fazem muito,
pensam pouco, sentem nada. Sofrem da sina de Sísifo, personagem da
mitologia grega que foi condenado a empurrar eternamente encosta acima uma
enorme pedra que caía sempre antes de atingir o cume da montanha.
Assim sobrevivem muitas empresas,
assim vivem e se repetem muitas pessoas. E tudo por não saber colocar a mente
e a alma à serviço do corpo.
Quando uma empresa atua no equilíbrio da sua tríade (corpo, mente e alma), já não será preciso de tanto esforço. Um lado nutre e potencializa o outro, reforçam-se mutuamente. Não será mais necessário sofrer!
Roberto Adami Tranjan
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